sexta-feira, 9 de julho de 2010

Uma viagem para o nosso interior... nosso coração... nosso eu... iniciando o processo de autoconhecimento e da individuação

“Mudar requer sempre disposição para reconhecer os próprios defeitos e isso dói. Dói despregar-se daquilo em que sempre acreditamos, principalmente em relação a nós mesmos. Autoconhecimento traz muitas dores, mas é uma das únicas estradas que podem nos libertar e levar à realização pessoal mais verdadeira, onde concretizamos toda nossa potencialidade adormecida”.
Para Carl Gustav Jung a individuação é o grande sentido da vida. Mas o que seria esta individuação?

O filme Matrix esclarece o que já aconteceu para muitas pessoas, a mudança de padrões e valores e a importância do Amor Compartilhado. Trilhar o caminho da individuação significa deixar-se conduzir por uma sabedoria maior que Jung denominou Self (o “si-mesmo”), o centro ordenador e, ao mesmo tempo, a totalidade de cada um de nós.
Aquele que se individua, se diferencia da multidão inconsciente e adquire autonomia, tornando-se uma totalidade psicológica, autoconsciente, sem divisões internas: um “in-divíduo”. Para Jung, um futuro melhor para a humanidade dependerá de quantos conseguirem se individuar, integrando o “Consciente” com o “Subconsciente” e com o “Supraconsciente”.
Vivemos na Matrix, um mundo onde todos estão vivendo uma programação coletiva, imersos na massa inconsciente, feito uma boiada onde a individualidade (não individualismo) é suplantada pelo coletivo, ou seja, pelos programas mentais desenvolvidos pelos diferentes sistemas organizados de modo arbitrário, políticos, sociais e religiosos.
Um dia uma pessoa começa a desconfiar de que talvez exista algo mais e passa a procurar respostas às suas dúvidas. Passa a viver uma realidade pessoal que difere da realidade coletiva e, por essa razão passa a ser considerado diferente, rebelde, ou, herege. Talvez um louco!
A individualidade nascente sente-se dividida, pois ao mesmo tempo que a nova percepção e o novo nível de consciência o fascina e atrai, o velho mundo acena com suas velhas e “seguras certezas” coletivas, por intermédio dos Sistemas Organizados de modo arbitrário. Está estabelecido o conflito entre o velho, que é morte, e o novo, que é vida. Mais uma vez a Consciência pode sentir medo de prosseguir, tais as dificuldades que os demais estabelecem.
Os personagens que representam o novo estado de consciência têm de ser mais enérgicos e o obrigam a “desrastrear- se”, a isolar-se. Depois, no auge de seu sofrimento psíquico, ao lhe ser exposta a verdadeira realidade em que vivia, reluta uma última vez em aceitar a mudança. Mas já é tarde. Estava definitivamente transposta uma fronteira decisiva de sua transformação pessoal, não mudança. Há um novo ser emergido, embora os velhos padrões as vezes venham bater à porta.
Não é fácil o processo de individuação. Conhecer e realizar toda a potencialidade de si mesmo requer coragem, perseverança e honestidade consigo, com o outro, com a natureza. Você deve segir a instrução que vem de dentro e ir fundo na jornada que desemboca em você mesmo.
São muitos os obstáculos que surgirão durante a caminhada. A maioria dos que são instigados a mergulhar em si mesmos termina desistindo ante os primeiros desafios e retorna depressa às velhas seguranças das certezas conquistadas: o velho mundo, mesmo limitado e com todos os seus problemas, é mais facil de viver que um mundo novo e desconhecido.
Mudar requer sempre disposição para reconhecer os próprios defeitos e isso dói. Dói despregar-se daquilo em que sempre acreditamos, principalmente em relação a nós mesmos. Dói perceber que na verdade não somos perfeitos, nem tão sérios assim, que temos falhas e que, para prosseguir, temos de nos livrar delas. Autoconhecimento traz muitas dores, mas é uma das únicas estradas que podem nos libertar e levar à realização pessoal mais verdadeira, onde concretizamos toda nossa potencialidade adormecida.
A nova Consciência está insatisfeito com sua vida e vê surgir a grande oportunidade que sonhava. Vê que sua intuição lhe falava a verdade e que a realidade é bem maior. Conhece novas pessoas e idéias que a princípio parecem absurdas. O processo é difícil e ele várias vezes pensa em desistir, mas, aos poucos, habitua-se à sua nova auto-imagem. Com o tempo vê aflorarem novas forças e habilidades e se sente cada vez mais confiante.No entanto, crer que é o Predestinado de que fala a profecia já é demais, não cabe.Só mudamos se estamos insatisfeitos. Se não, por que mudar? Quando nossos valores ficam obsoletos e as verdades em que críamos já não servem, a vida nos impõe a transformação.
Intuímos que há algo errado em nossa vida, mas não sabemos precisar o que seja. Aos poucos certos indícios se apresentam e já não temos como esconder de nós mesmos: o caminho está à frente e ele nos pede uma confirmação.
A vida nos fará passar por inúmeros testes, nos apresentará pílulas azuis e vermelhas. Precisamos estar atentos para seguir a intuição. Ela sabe o caminho. É nesses momentos decisivos que surgem os autoboicotes, tão comuns. Fingimos não ver. Fugimos de um exame de consciência e refugiamo-nos em velhas e cômodas “verdades”.
Várias vezes viveremos o dilema: o novo se apresentará e, os velhos hábitos nos chamarão de volta, esticando-nos incomodamente entre dois pólos que nos querem a todo custo. É sempre um instante delicado, pois se continuamos nos recusando a enfrentar a verdade, a vida chegará a um impasse insuportável e seu curso natural será barrado. Vêm daí as doenças e fracassos como mecanismos da psique auto-reguladora para nos obrigar a uma interiorização, para repensar e retomar o rumo.
Velhos aspectos da personalidade, que já não nos servem mais, terão de dar espaço a novas forças. As transformações são acentuadas, sim, mas somente enquanto as olhamos deste lado de cá, do lado do velho mundo. Depois que largamos o medo de ser o que na verdade sempre fomos, a transformação revela-se um nascimento onde vemos a vida através de verdades mais úteis e abrangentes. Continuamos os mesmos, mas diferentes: sabemos e sentimos exatamente quem somos. É esse detalhe que nos distinguirá da massa inconsciente de si mesma.
Olharemos para trás e perceberemos que todas as quedas e traições que sofremos foram necessárias, nada foi em vão. Veremos que todos tiveram seu valor em nossa jornada, os que creram em nós e até os que nos traíram, cada um em seu papel, e que tudo sempre esteve interligado. É como se uma força poderosa e invisível estivesse o tempo todo na condução dos fatos, confiando em nós.
Essa força existe e aguarda apenas que cada um de nós, predestinados que somos, decida despertar de vez e, sair da mesmice coletiva. É a jornada insubstituível de cada um de nós rumo ao coração.
(Retirado da rede dos “Guerreiros do coração”)

8 comentários:

  1. Olá, Elisabete. Não sou Junguiana, mas como boa sistêmica, ele é uma referência indiscutivelmente preciosa - e, pessoalmente, adoro Jung!

    Já percebi que tem muita coisa interessante por aqui. Me verá muitas vezes...rs
    Bjo

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  2. Olá postei no seu texto sobre psicoterapia on-line, achei super interessante e inovador. Meu nome é Renato você postou no meu blog (Psicologia e Imaginação)também adorei o seu, muito legal mesmo. Você é de que cidade?
    Desde já parabéns pelo texto, maravilhoso!

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  3. Maravilhoso Blog... Realmente passar por aqui e desfrutar dos ensinamentos e reflexões que encontramos nos deixa bem...
    Adorei! Passo agora a ser seguidora!
    abraços!

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  4. "Aquele que se individua, se diferencia da multidão." E somos chamados de " loucos"-até parece! (rsrs)

    Seu Blog é tudo de bom!!
    Um bjãoooooooo

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  5. òtimo texto!!!!Amei. Precisamos de mais iguais a este. Abrs!

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  6. Parabéns pelo ótimo Blog, muito bem estruturado e harmonioso...
    Recebemos aqui muitos ensinamentos, muitas informações...
    Beijos!

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  7. Olá, adorei esse outro blog e cada coisa maravilhosa postada aqui, vou dar uma olhada nas postagens
    bjs
    Renata

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  8. O Conteúdo de seu blog é ótimo, aproveite e divulgue ele aqui grátis!

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